Dois anos após a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar oficialmente o estado de pandemia de coronavírus, o uso de tecnologias para atendimento médico tem se mostrado cada vez mais necessário para não só levar conforto ao paciente no dia a dia, mas acima de tudo preservar a sua vida.
E quando pensamos nos indivíduos mais beneficiados por essa prática nos últimos anos, não podemos nos esquecer, por exemplo, das pessoas com câncer.
Essa parcela da população apresenta risco elevado de complicações da Covid-19 e demanda um acompanhamento profissional ainda mais próximo. Somente no Brasil, são mais de 600 mil casos da doença registrados anualmente, o que reforça ainda mais a necessidade de garantir o acesso a uma assistência de qualidade.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA TELEONCOLOGIA?
Uma importante pesquisa do Instituto Oncoguia, realizada entre março e maio de 2020, ouviu 429 pacientes em tratamento de câncer e descobriu que, naquele momento, 43% relataram um impacto negativo em seu processo de acompanhamento, incluindo adiamento das consultas por iniciativa do médico, medo de se infectar, baixa oferta de profissionais, dificuldade com transporte e impossibilidade de sair de casa sozinho(a).
Na prática, a teleoncologia surge justamente para solucionar esses desafios.
De acordo com a Sociedade Americana de Oncologia Clínica, as teleconsultas aplicadas na rotina de pacientes com câncer têm sido eficazes e gerado benefícios semelhantes ao que observamos no atendimento de casos crônicos:
MONITORAMENTO DE MEDICAMENTOS
Hoje em dia, com os atendimentos remotos cada vez mais frequentes, cada indivíduo pode tirar dúvidas sobre dosagem, troca de medicação e eventuais efeitos adversos com maior facilidade, visto que o médico está acessível e consegue ser acionado em poucos minutos. O tratamento se torna, de fato, mais assertivo, seguro e controlado.
FACILIDADE NAS CONSULTAS DE RETORNO
Um dos benefícios de maior valor para o paciente está na ausência de deslocamento e interrupção da rotina apenas para levar um resultado de exame para o médico. Vale a pena ressaltar que isso implica, inclusive, na economia de custos.
GESTÃO DE RISCOS E COMPLICAÇÕES
A adoção de um bom fluxo de telemonitoramento – tal qual é feito em todo o país na gestão dos casos de infecção por coronavírus – permite que o profissional acompanhe de perto os indicadores-chave de saúde, mapeie os sintomas, verifique a evolução do tratamento e, sempre que necessário, tenha condições de intervir a tempo, seja pessoalmente ou à distância. Pesquisas recentes já apontam ganhos importantes para a saúde.
ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
Sempre que for preciso, pacientes, familiares, médicos, especialistas e outros profissionais de saúde podem se reunir com maior facilidade para debater o futuro do tratamento, discutir alternativas, propor mudança de hábitos e o que mais puder fazer a diferença no percurso assistencial.
CUIDADOS PALIATIVOS
Ainda que o tratamento já tenha caminhado para os últimos passos e o paciente demande apenas os cuidados necessários para viver o mais confortavelmente possível, a teleoncologia também se faz necessária. Com o apoio de uma equipe especializada, é possível orientar familiares, amigos e cuidadores de modo a garantir uma vivência mais digna, respeitosa e acolhedora.
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