Muitos médicos querem iniciar o mês com a agenda cheia e o máximo de pacientes possível, afinal, essa é uma ótima forma de evidenciar a alta produtividade e gerar maior retorno financeiro para o consultório.
Mas como encontrar o equilíbrio entre o número de clientes e o tempo das consultas, fator determinante para estabelecer uma conexão entre as partes?Um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, em Ribeirão Preto, observou uma importante relação entre o tempo de consulta e a satisfação do paciente com o atendimento.
Os pesquisadores acompanharam 480 consultas na rede pública e mediram o período que cada pessoa passava no consultório. Na sequência, mediram o nível de satisfação de cada um com a assistência recebida. O resultado não poderia ser mais esclarecedor. De modo geral:
– Consultas de 11 a 15 MINUTOS foram avaliadas como EXCELENTE;
– Consultas de 7,5 a 11 MINUTOS foram consideradas BOAS;
– Consultas de 4 a 7,5 MINUTOS foram vistas como REGULAR;
– Consultas de até 4 MINUTOS foram classificadas como RUINS.
Talvez você esteja pensando como é possível atender bem um paciente em menos de 4 minutos. As possíveis explicações para esse hábito são o estabelecimento de uma formação cada vez mais técnica e menos humana, as dificuldades de remuneração do trabalho médico nos atendimentos públicos, por convênio ou particulares, e os desafios da rotina administrativa da clínica.
O baixo tempo das consultas não se mostra suficiente para compreender todas as questões por trás de uma dúvida, dor ou problema de saúde. Nesses casos, o médico tende a se comportar como um entrevistador, “fazedor de receitas” ou até mesmo um replicador de diagnósticos comuns.
Um outro estudo, dessa vez realizado na Bélgica, foi um pouco mais além nessa avaliação. Os pesquisadores acompanharam 2.800 consultas gravadas em 183 hospitais europeus, e observaram que as mais curtas se limitavam a perguntas diretas e instruções básicas. Por outro lado, as mais longas compreendiam um levantamento cuidadoso que abordava, inclusive, questões psicológicas e hábitos de vida que poderiam estar relacionados aos sintomas relatados pelos pacientes.
A consequência das consultas “aceleradas” atinge todas as partes.
Sem uma escuta ativa, são maiores as chances de perder uma informação importante que ajude no diagnóstico. É preciso fazer perguntas ao paciente, claro, mas também é necessário deixa-lo falar abertamente, e nem sempre isso acontece com naturalidade. É preciso se sentir confortável, e o conforto leva tempo.
Espera-se ainda que os atendimentos curtos aumentem a probabilidade do cliente sair do consultório com dúvidas sobre os sintomas, a doença e até mesmo sobre os remédios receitados. Não podemos eliminar, é claro, as chances de se submeterem a exames desnecessários que, em alguns casos, podem ser invasivos ou então gerarem questionamentos por parte da operadora de plano de saúde.
QUAIS CUIDADOS VOCÊ DEVE TER NA CONSULTA?
O tempo de consulta fica a cargo do médico, pois varia entre cada atendimento. Você provavelmente sabe o que fazer, entretanto, é sempre bom lembrar a importância de:
• Receber o paciente com cordialidade;
• Dar espaço para que ele exponha sua queixa;
• Coletar seus dados;
• Consultar as informações disponíveis no prontuário;
• Registrar as novas demandas;
• Estabelecer uma conversa acolhedora e transparente;
• Estimular um relato completo;
• Questionar hábitos de vida e possíveis situações que contribuam para a queixa;
• Examiná-lo fisicamente, se necessário;
• Formular hipóteses e diagnosticar o problema somente após o relato;
• Solicitar exames e prescrever medicamentos de maneira assertiva e correspondente ao caso;
• Prestar orientação completa quanto aos próximos passos;
• Colocar-se à disposição para dúvidas futuras;
• Dispôr de um serviço eficiente de pós-consulta.
Um atendimento completo, atencioso e bem feito é a chave para criar conexão com o paciente, estabelecer uma fidelidade e garantir a segurança da sua saúde.
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