O mês de dezembro também é marcado pela campanha Dezembro Laranja, que foi criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), visando conscientizar e prevenir o câncer de pele, que é o tipo de câncer de maior incidência no Brasil.
As principais medidas de proteção contra o câncer de pele é o uso diário de protetor solar e de roupas e acessórios que protejam o corpo das radiações ultravioletas (UVs) e, evitar o excesso de exposição solar. Além disso, o acompanhamento periódico com um dermatologista é essencial para a prevenção desse tipo de câncer.
Porém, mais da metade dos atendimentos iniciais de doenças de pele na atenção primária em saúde é realizada por médicos não dermatologistas, o que resulta em aumento do custo ao sistema de saúde e em casos inadequadamente diagnosticados. Nesse cenário, o uso da teledermatologia aparece como uma promissora solução para essas questões.
O que é teledermatologia?
Brevemente, a teledermatologia é a dermatologia praticada com tecnologias de informação e sistemas de comunicação, utilizando o Sistema de Telemedicina e Telessaúde (STT). Essa prática permite que haja a troca de informações médicas de um paciente entre médicos não-dermatologistas e médicos dermatologistas (conhecido como teledermatologia secundária), simultaneamente ou em diferentes momentos e em diversas localizações geográficas. Também existe a teledermatologia terciária, que é a comunicação entre médicos dermatologistas.
Modalidades em teledermatologia
Existem duas principais modalidades de teledermatologia: a transferência em momentos distintos através de plataformas web (store and forward, SAF) e a transferência de informações em tempo real (real time ou live interaction, LI).
Na modalidade SAF ocorre o recolhimento, armazenamento e envio de informações digitais à distância por meio de plataformas web seguras. As informações podem ser do tipo imagens, textos, áudios e vídeos e a comunicação se dá de forma assíncrona entre os profissionais envolvidos no caso. A SAF é utilizada em situações de não-emergência e possui a vantagem de possuir menos requisitos tecnológicos, ser mais barata e mais fácil de implementar. Porém, como a relação não é “face à face”, é uma forma menos interativa.
Na modalidade LI, a comunicação se dá em tempo real, por videoconferência, entre os envolvidos no caso clínico. A LI é mais cara e complexa devido às demandas tecnológicas, porém, ainda é mais barata e mais rápida do que o atendimento convencional.
Como funciona a teledermatologia?
Seguindo a regulamentação da telemedicina, em 2021, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou o Manual de Boas Práticas de Teledermatologia, para ajudar os profissionais e a população no uso dessa prática e também oferecer orientações sobre como conduzir os encontros.
Condução dos encontros
Para a SBD, o primeiro encontro entre médico e paciente deve acontecer, idealmente, de forma presencial, para que então o atendimento online possa ser acertado.
Além disso, também recomenda que idosos e crianças, em especial as menores de 12 anos, estejam acompanhadas tanto nas sessões online quanto nas consultas presenciais. O direito de retorno de consulta do paciente é garantido, desde que ambas as partes estejam de acordo e respeitem as normas e leis vigentes (Resolução CFM nº 1.958/2010).
Características específicas
Para que a telemedicina para doenças dermatológicas ocorra de forma segura e eficaz, alguns critérios éticos e técnicos devem ser seguidos, como:
- o uso de plataformas adequadas para esta consulta;
- o preenchimento de condições mínimas na hora da consulta ou exame, como iluminação, áudio e imagem;
- garantia do sigilo dos dados e das informações;
- o envio de imagens deve seguir as dicas práticas de cobrir o registro das lesões (com orientações sobre iluminação e ângulo para tirar a fotografia);
- cuidados durante a transmissão e as configurações recomendadas para os equipamentos, isto porque o Manual de Teledermatologia mostra as fragilidades da prática no mapeamento de nervos, na visualização de áreas com pelos e de lesões pigmentadas e em mucosas.
O Manual de Boas Práticas em Teledermatologia da SBD foi lançado para orientar e facilitar a prática dessas modalidades pelos profissionais e melhorar a realização dos atendimentos. Todo o conteúdo foi baseado nas principais legislações em vigor no Brasil e no Mundo e visa fornecer as melhores referências técnicas e éticas com vistas à proteção e segurança dos médicos e dos pacientes.
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